domingo, 30 de janeiro de 2011

Da servidão moderna



“Toda verdade passa por três estágios.
No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência.
No terceiro, é aceita como evidente por si própria.”
 
Schopenhauer



A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários. 

    O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de atacar de frente a organização dominante do mundo.

    No imenso campo de batalha da guerra civil mundial, a linguagem constitui uma de nossas armas. Trata-se de chamar as coisas por seus nomes e revelar a essência escondida destas realidades por meio da maneira como são chamadas.  A democracia liberal, por exemplo, é um mito já que a organização dominante do mundo não tem nada de democrático nem de liberal. Então, é urgente substituir o mito de democracia liberal por sua realidade concreta de sistema totalitário mercante e de expandir esta nova expressão como uma linha de pólvora pronta para incendiar as mentes revelando a natureza profunda da dominação presente. 

    Alguns esperarão encontrar aqui soluções ou respostas feitas, tipo um pequeno manual de “como fazer uma revolução?” Esse não é o propósito deste filme. Melhor dizendo, trata-se mais exatamente de uma crítica da sociedade que devemos combater. Este filme é antes de tudo um instrumento militante cujo objetivo é fazer com que um número grande de pessoas se questionem e difundam a crítica por todos os lados e sobretudo onde ela não tem acesso. Devemos construir juntos e por em prática as soluções e os elementos do programa. Não precisamos de um guru que venha explicar à nós como devemos agir: a liberdade de ação deve ser nossa característica principal. Aqueles que desejam permanecer escravos estão esperando o messias ou a obra que bastando seguir-la  ao pé da letra, libertam-se. Já vimos muitas destas obras ou destes homens em toda a história do século XX que se propuseram constituir a vanguarda revolucionária e conduzir o proletariado rumo a liberação de sua condição. Os resultados deste pesadelo falam por si mesmos.

    Por outro lado, condenamos toda espécie de religião já que as mesmas são geradoras de ilusões e nos permite aceitar nossa sórdida condição de dominados e porque mentem ou perdem a razão sobre muitas coisas. Todavia, também condenamos todo astigmatismo de qualquer religião em particular. Os adeptos do complot sionista ou do perigo islamita são pobres mentes mistificadas que confundem a crítica radical com a raiva e o desdém. Apenas são capazes de produzir lama. Se alguns dentre eles se dizem revolucionários é mais com referência às “revoluções nacionais” dos anos 1930-1940  que à verdadeira revolução liberadora a qual aspiramos. A busca de um bode expiatório em função de sua pertencia religiosa ou étnica é tão antiga quanto a civilização e não é mais que o produto das frustrações daqueles que procuram respostas rápidas e simples frente ao mal que nos esmaga. Não deve haver ambigüidade com respeito a natureza de nossa luta. Estamos de acordo com a emancipação da humanidade inteira, fora de toda discriminação. Todos por todos é a essência do programa revolucionário ao qual aderimos.

    As referências que inspiraram esta obra e mais propriamente dita, minha vida, estão explicitas neste filme: Diógenes de Sinope, Etienne de La Boétie, Karl Marx e Guy Debord. Não as escondo e nem pretendo haver descoberto a pólvora. A mim, reconhecerão apenas o mérito de haver sabido utilizar estas referências para meu próprio  esclarecimento. Quanto àqueles que dirão que esta obra não é suficientemente revolucionária, mas bastante radical ou melhor pessimista, lhes convido a propor sua própria visão do mundo no qual vivemos. Quanto mais numerosos em  divulgar estas idéias, mais rapidamente surgirá a possibilidade de uma mudança radical. 

    A crise econômica, social e política revelou o fracasso patente do sistema totalitário mercante. Uma brecha surgiu. Trata-se agora de penetrar mas de maneira estratégica. Porém, temos que agir rápido pois o poder, perfeitamente informado sobre o estado de radicalização das contestações, prepara um ataque preventivo sem precedentes. A urgência dos tempos nos impõe a unidade em vez da divisão pois o quê nos une é mais profundo do quê o que nos separa. É muito fácil criticar o quê fazem as organizações, as pessoas ou os diferentes grupos, todos nós reclamamos uma revolução social. Mas na realidade, estas críticas são provenientes do imobilismo que tenta convencer-nos de que nada é possível.

    Não devemos deixar que o inimigo nos vença, as antigas discussões de capela no campo revolucionário devem, com toda nossa ajuda, deixar lugar à unidade de ação. Deve-se duvidar de tudo, até mesmo da dúvida.

    O texto e o filme são isentos de direitos autorais, podem ser recuperados, divulgados, e projetados sem nenhuma restrição. Inclusive são totalmente gratuitos, ou seja, não devem de nenhuma maneira ser comercializados. Pois seria incoerente propor uma crítica sobre a onipresença das mercadorias com outra mercadoria. A luta contra a propriedade privada, intelectual ou outra, é nosso golpe fatal contra a dominação presente.

    Este filme é difundido fora de todo circuito legal ou comercial, ele depende da boa vontade daqueles que asseguram sua difusão da maneira mais ampla possível. Ele não é nossa propriedade, ele pertence àqueles que queiram apropriar-se para que seja jogado na fogueira de nossa luta.
Jean-François Brient e Victor León Fuentes

Download do Filme : Filme

Download do Livro em PDF : Livro

Comentário

"A Matrix está em todo lugar. À nossa volta. Mesmo agora, nesta sala. Você pode vê-la quando olha pela janela ou quando liga a sua televisão. Você a sente quando vai para o trabalho, quando vai à igreja, quando paga seus impostos. É o mundo que foi colocado diante dos seus olhos para que você não visse a verdade. Que você é um escravo. Como todo mundo, você nasceu num cativeiro, 
nasceu numa prisão que não consegue sentir ou tocar. Uma prisão para a sua mente...
 Se tomar a pílula azul, a história acaba, e você acordará na sua cama acreditando no que quiser acreditar. Se tomar a pílula vermelha ficará no País das Maravilhas e eu te mostrarei até onde vai a toca do coelho. Lembre-se: tudo o que ofereço é a verdade. Nada mais."
Morfeu em Matrix



"Conhecereis a verdade e ela te libertará" João 8:32



O Egito a caminho da revolução. O que fazer?




Aqueles que temem o crescimento do “islamismo radical” como fator de instabilidade nessa região, deveriam estar mais atentos em relação às “ditaduras amistosas” que, na verdade, são as principais responsáveis pela insegurança no mundo. Desemprego em massa, preços dos alimentos e repressão política é uma combinação explosiva mais perigosa do que os homens bomba. No caso do Egito dois terços da população são jovens abaixo de 30 anos, dos quais 90% estão desempregados. O artigo é de Reginaldo Nasser.
As mobilizações populares na Tunísia, Egito, Iêmen e em outros lugares são um alerta para o chamado mundo desenvolvido e seria uma grande avanço para a democracia se esta região que permanece imersa na violência, em fraudes eleitorais e miséria crescente da população recebesse o devido apoio internacional nesse momento.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que os EUA poderão revisar a ajuda ao Egito. O presidente Obama solicitou às autoridades egípcias que evitem o uso de qualquer tipo de violência contra manifestantes pacíficos, alertando que " aqueles que protestam nas ruas têm uma responsabilidade de expressar-se pacificamente. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a “estabilidade do país é muito importante, mas não a qualquer preço”. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que "os líderes do Egito escutem as preocupações legítimas e os desejos de seus cidadãos”. O primeiro ministro britânico David Cameron declarou: “Eu acho que precisamos de reformas. Quero dizer que nós apoiamos o progresso e o reforço da democracia”.

Como avaliar a atitude desses líderes mundiais? Patética, cínica, hipócrita, irresponsável? Talvez devêssemos recorrer a um grande pensador liberal do século XIX, Aléxis de Tocqueville, e ouví-lo a respeito dos períodos revolucionários na França. Tocqueville alertava para o fato de líderes, que adquiriram experiência em lidar com a política em ambiente de ausência de liberdade, quando se encontraram diante de uma revolução que chegou “inesperadamente”, se assemelhavam aos remadores de rio que, de repente, se vêem instados a navegar no meio do oceano. Os conhecimentos adquiridos em suas viagens por águas calmas vão proporcionar mais problemas do que ajuda nessa aventura, e na maioria das vezes exibem mais confusão e incerteza do que os próprios passageiros que supostamente deveriam conduzir.

Já havia sinais reveladores dessas turbulências, mas o Ocidente preferia se preocupar com burcas, minaretes e terrorismo. Um relatório do Banco Mundial, publicado em 2009, informava que os países árabes importavam cerca de 60% dos alimentos que consomem e já são os maiores importadores de cereais no mundo, dependendo de outros países para a sua segurança alimentar. A elevação dos preços nos mercados mundiais, desde 2008, já causou ondas de protestos em dezenas de países e milhões de desempregados e pobres nos países árabes, como foram os casos da Argélia , em 1988, e da Jordânia em 1989. Um exemplo mais recente, além da região árabe, é o Quirguistão onde um aumento da eletricidade e tarifas de celulares causaram manifestações com dezenas de mortos e milhares de feridos. 

Aqueles que temem o crescimento do “islamismo radical” como fator de instabilidade nessa região, deveriam estar mais atentos em relação às “ditaduras amistosas” que, na verdade, são as principais responsáveis pela insegurança no mundo. Desemprego em massa, preços dos alimentos e repressão política é uma combinação explosiva mais perigosa do que os homens bomba.

A demografia no mundo árabe é também um grande problema. A população cresceu cinco vezes durante o século XX, e o crescimento continua a uma média anual de 2,3%. A população do Egito está em torno de 80 milhões. Em 2050 (de acordo com projeções da ONU) deverá ter 121 milhões. A população da Argélia irá crescer de 33 milhões em 2007 para 49 milhões em 2050; a do Iêmen de 22 a 58 milhões. Isso significa que mais empregos precisam ser criados - e mais alimentos importados, ou aumentar a capacidade para produzir mais. No caso do Egito dois terços da população são jovens abaixo de 30 anos, dos quais 90% estão desempregados. 

Baseada no turismo, na agricultura e na exportação de petróleo e algodão, a economia é incapaz de sustentar a taxa de crescimento demográfico. 40% da população vive com menos de US$ 2 (R$ 3,30) por dia, o país está na 101ª posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

De certa forma a auto-imolação do jovem tunisiano, Mohamad Bouazizi, que deflagrou a onda de protestos na Tunisia revela, no nível individual, aquilo que está acontecendo nas sociedades daquela região como um todo. Ele não se rebelou, apenas porque não encontrou trabalho que refletisse suas ambições profissionais, mas sim quando um oficial da polícia confiscou as frutas e legumes que estava vendendo sem autorização. Quando foi fazer uma reclamação para buscar justiça, sua demanda foi rejeitada. 

Provavelmente foi este sentimento de injustiça que levou Mohamed Bouazizi e milhares de pessoas às ruas, empenhados em quebrar o ciclo da miséria e opressão.

Talvez seja mais confortável para a chamada comunidade internacional lidar com um mundo árabe dividido entre nacionalistas, relativamente seculares, de um lado e islamismo radical, de outro, do que um mundo mais complexo, com problemas econômicos, sociais e políticos que conta com sua cumplicidade.

EUA vigiam seu quintal de trás em uma nova ordem mundial

A crescente presença da China na América Latina é o objeto de uma vigilância permanente por parte dos EUA, que não querem ver diminuída sua "relação privilegiada" com a região, nem que esta se livre de sua histórica dependência comercial e econômica, algo que ainda se mantém com força. Os EUA continuam sendo o principal parceiro comercial dos países latino-americanos e sua principal conexão "cultural", e é difícil que isso possa mudar em curto ou médio prazo, mas a nova presença chinesa como importante agente econômico mundial pode reequilibrar forças no que Washington sempre considerou seu "quintal de trás", e isso gera uma certa inquietação, quando não franco mal-estar, nos setores mais conservadores da política americana.

Talvez por isso, a China, que multiplicou seu comércio com a região nos últimos anos de maneira exponencial, em busca das procuradas matérias-primas necessárias para seu próprio crescimento econômico, move-se na América Latina com extrema prudência, evitando qualquer gesto que possa irritar ou provocar um confronto com Washington.

"Não é verdade que os EUA vejam a presença chinesa na América Latina como uma ameaça. Pelo contrário, acreditamos que pode beneficiar suas economias e ajudar na criação de emprego na área", afirmou o secretário de Estado adjunto para Assuntos Americanos, Arturo Valenzuela, durante uma recente visita a Pequim. Valenzuela salientou que a América Latina em seu conjunto só representa por enquanto 5% do comércio total da China, enquanto a relação comercial dos EUA nessa mesma área beira os 40%. "Portanto, há muito espaço para que essa relação cresça", afirmou. De fato, o aumento do comércio da China com a América Latina ajudou a estabilizar essas economias e a sustentar o desenvolvimento desses países, coisa que também beneficia os EUA.

O desembarque econômico chinês na América Latina coincidiu com uma relativa perda de interesse por parte de Washington, que por causa do 11 de Setembro se dedicou à luta antiterrorista e às guerras do Iraque e Afeganistão. Essa relativa redução na intensidade das relações, sempre denunciada como um perigo pelos setores mais conservadores de ambos os lados, não significa que a Casa Branca ou o Congresso tenham deixado de estar muito atentos ao que acontece na vida latino-americana.

Pequim parece estar plenamente consciente disso e insiste que seu interesse é exclusivamente comercial, sem qualquer conotação ideológica nem, é claro, militar. De fato, continua sendo a Rússia que mantém alguns acordos de cooperação militar ou venda de armas na região, enquanto a China se mantém escrupulosamente afastada desse campo.
A área onde podem ocorrer mais atritos é, segundo a maioria dos especialistas, a que se relaciona com as reservas de petróleo. A China representa mais de 40% do crescimento da demanda mundial de energia e busca na América Latina não só soja ou cobre, mas também acordos que lhe garantam o abastecimento de petróleo ou investimentos que facilitem seu acesso a reservas atuais ou potenciais. Os EUA, que já frustraram alguma manobra de Pequim para controlar alguma empresa americana do setor, observa atentamente seus progressos, sobretudo no Brasil ou na Argentina.

O terceiro lado do triângulo, a América Latina, não oculta seu entusiasmo pelo surgimento da China como parceiro comercial. É verdade que algumas vozes criticam que a América Latina exporte quase exclusivamente matérias-primas enquanto importa manufaturas da China (o salário médio chinês é aproximadamente um quarto do salário médio latino-americana), mas também é verdade que esse problema (e a consequente dificuldade para competir com a China dentro do próprio mercado dos EUA) afeta sobretudo, por enquanto, o México e a América Central.

A maioria dos países sul-americanos pensa, pelo contrário, que o crescimento econômico da China foi sua melhor tábua de salvação diante da última crise e que pode ser sua melhor ajuda para continuar sustentando seu desenvolvimento e um progressivo reequilíbrio de influências. A China se transformou da noite para o dia no principal parceiro comercial de vários países latino-americanos. É por exemplo o ponto de destino de 15% a 20% das exportações do Chile ou do Peru, ou 13% a 14% das exportações brasileiras ou argentinas. Nada parece impedir que essa relação siga de vento em poupa nos próximos anos.

Fonte: UOL
            http://moraisvinna.blogspot.com/2011/01/eua-vigiam-seu-quintal-de-tras-em-uma.html

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

“Quem salva uma vida salva o mundo inteiro.”

Esta citação judaica, foi a primeira coisa que pensei ao assistir o trailer deste documentário, apesar de não poder julgar um livro pela capa, ao analisar estes pequenos fragmentos deste documentário consegui ver uma coisa que há muito não conseguia enxergar: Esperança.


Lixo Extraordinário


O Documentário
Lixo Extraordinário é uma produção anglo-brasileira, dirigido pela inglesa Lucy Walker e co-dirigido pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley.

Sinopse
Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a imaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.




Comentário
Este documentário concorre ao Oscar na categoria de Melhor Documentário, mas já é um vencedor tendo arrebatado mais de 20 prêmios nos festivais que participou incluindo o de melhor documentário nos festivais de Sundance e Berlin. Quanto a Vick Muniz, é um artista brasileiro nascido em São Paulo que quando adolescente  mudou-se para os EUA onde trabalhou 5 anos em subempregos passando por diversas dificuldades, conseguindo por seu talento ter hoje obras suas expostas em vários dos principais museus do mundo. Sua obra ainda que não creditada foi vizualizada por milhões de brasileiros na abertura da novela Passione. Quando retrata em alguma de suas obras problemas sociais, parte da venda destas obras é revertida para instituições que cuidam de crianças e adolescentes carentes. A genialidade deste documentário esta na forma de retratar um mundo invisível, de pessoas que vivem a margem da sociedade, pessoas que vimos todos os dias, mas que nem olhamos para seus rostos. Estas pessoas como todos os seres humanos tem sonhos, esperanças e amor, mas infelizmente estão submetidas diariamente a humilhação social. Sugiro como complemento ao tema o livro: Homens Invisíveis – Relatos de uma Humilhação  Social. O qual a Revista Época fez uma matéria que pode ser visualizada  no link abaixo .



A forma com que tratamos estas pessoas me faz lembrar a obra de H.G. Wells, A Máquina do Tempo, onde num futuro a humanidade se dividiria em duas raças . O viajante do tempo cedo se depara com os Eloi, a humanidade futura. Delicados, jovens e alegres, os Eloi vivem em comunidade nos gigantescos edifícios que salpicam os campos de temperatura agradável do mundo futuro. Mas, ao tentar conhecer melhor os Eloi, o viajante do tempo fica desconcertado. Os Eloi não exibem quaisquer sinais de curiosidade, de espírito inventivo, de labor ou uso de tecnologias. Limitam-se a viver as suas vidas por entre os bosques e as veredas do seu mundo luminoso, comendo frutas que aparecem nas mesas como que por milagre, vestindo roupas que não são manufaturadas por alguém visível. A princípio, o viajante no tempo entusiasma-se com o progresso humano, mas quanto mais conhece os Eloi mais se desencanta. Para o viajante no tempo, os Eloi são pouco mais do que crianças, vivendo alegremente num mundo que não compreendem.  Debaixo dos Eloi, em profundos túneis, habitam os Morlocks, uma sub-espécie degenerada de ser humano. São os Morlocks que operam a maquinaria que permite o mundo alegre e despreocupado dos Eloi, que produzem a comida que os Eloi consomem, que manufaturam as roupas dos Eloi. Como preço pelo seu trabalho, os Morlocks alimentam-se dos Eloi, que raptam nas noites escuras. Ao viajante do tempo, o futuro que julgava inigualável e perfeito surge com as cores horripilantes da exploração social levada ao extremo absurdo. A dicotomia entre classe dominante (os Eloi) e classe operária (os Morlocks) surge como uma distorcida simbiose, em que a carne dos Eloi é dada aos Morlocks em troca de uma vida despreocupada. Este é o paradoxo que vivemos. Os catadores aqui representados prestam um serviço inestimável a sociedade, mas quando se fala em  meio ambiente eles são invisíveis. Mas como o catador Tião fala no trailer em uma entrevista com Jô Soares, corrigindo o apresentador, eles não são catadores de lixo, são catadores de material reciclável. Eu discordo, acho que são bem mais que isso acho que são catadores de esperança.

“A hora mais escura da noite é justamente aquela que nos permite ver melhor as estrelas.”
Charles A. Beard


Fernando Franco
Graduando de Geografia
fernando.francal@bol.com.br

domingo, 23 de janeiro de 2011

Aquecimento Global ou Farsa Global ?


O verão, e todo mundo reclamando do calor, chuvas torrenciais pelo Brasil e todos nós escutando informações sobre as mudanças  climáticas, efeito estufa, aquecimento global, etc...
Com um calor insuportável,  resolvi nas minhas modestas atribuições, buscar uma explicação para o tão falado aquecimento global. Através de uma detalhada leitura de diversos artigos e assistindo documentários, analisei diversas perspectivas como :
·         Emissão de CO2 como causador do efeito estufa.
·         O buraco na camada de Ozônio.
·         Os Iluminati ( quem nunca assistiu Tomb Raider ?)
·         Óvnis da Área 51
·         Umbrela Corporation
·         Nostradamus e finalmente ...
·         a Profecia Maia.
Quando não chegava a mais a nenhuma conclusão, olhei para o Sol em meio a muitas cervejas, e me perguntei:
Porque não poderá ser o Sol o causador das mudanças climáticas da Terra ?
Para isto vamos analisar alguns fatores :
Os que defendem o aquecimento global causado pela elevada concentração de CO2 ( como Al Gore e Leonardo Dicaprio ), derretimento das geleiras e aumento das catástrofes climáticas, afirmam um aumento na temperatura media global. Bem se levarmos em consideração que o termômetro de mercúrio foi inventado pelo  físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit em 1724. Teremos um registro de temperatura preciso de aproximadamente 250 anos, o que em relação a idade da terra não nos oferece muita informação.



    Gráfico baseado em dados da Unidade de Pesquisas Climáticas ( Climatic Research Unit) da Universidade de East Anglia.

Mas ainda assim os cientistas fazem estimativas sobre as temperaturas globais inferiores ao ano de 1800 através de dados chamados Dados de Proxy. Através do link abaixo verifica-se a forma como são obtidos estes dados.


Baseando-se nestes dados verificamos no gráfico abaixo através dos Dados de Proxy da temperatura estimada na Terra nos últimos 425.000 anos através de registros computados através de análise de núcleos de gelo retirados de Vostok ( uma estação de pesquisa russa localizada na Antártida , um projeto com inicio na década de 70).  O núcleo mais profundo foi retirado a uma profundidade de 3263m. Durante aproximadamente 500.000 anos o gelo permaneceu intacto e durante este período, segundo pesquisas realizadas pelos cientistas houve quatro eras glaciais.

Gráfico baseado em dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional  ( National Oceanic and Atmospheric Administration )

Analisando o gráfico chega-se a conclusão que durante este intervalo houveram períodos mais quentes  que o atual e que o ciclo climático vem se mantendo,
Mas e a temperatura nos últimos 1000 anos ?  Na idade média durante os anos de 800 d.C. à 1300 d.C. houve um período denominado  Período Quente Medieval onde ocorreu um aquecimento global muito curto, seguido por uma  Pequena Idade do Gelo entre os anos de 1450 à 1890 aproximadamente, com profundas mudanças climáticas Muitos cientistas acreditam que o  atual aumento de temperatura é apenas uma recuperação da temperatura em relação a esta Pequena Idade do Gelo.
 Gráfico IPCC report 1990

Mas quais os fatores que provocaram tantas mudanças climáticas ao longo destes 425.000 anos ? Existem muitas teorias, mas as que mais chamam a atenção  é a do astrônomo Milutin Milankovitch que formulou suas teorias no estudo da relação entre a Terra e o Sol. Segundo ele estas mudanças cíclicas eram relacionadas a fatores :


Milutin Milankovitch

Mudança no Eixo de Inclinação da Terra -  segundo Milankovitch o eixo da Terra nem sempre é de 23,5°. Segundo seus cálculos a inclinação da Terra varia  de 22,1° a 24,5° em um ciclo de 41.000 anos, o que ocasionaria quando da inclinação menor  invernos mais rigorosos e verões mais frios, sendo que durante o verão por ser mais frio não conseguiria derreter a neve nas latitudes mais altas, que se acumularia ano a ano formando geleiras, e como o gelo reflete mais energia solar para o espaço que a água ou a terra haveria um resfriamento adicional que aumentaria mais as geleiras e conseqüentemente a reflexão e assim por diante, podendo desencadear uma Era Glacial








Mudança no Formato da Órbita da Terra – de acordo com as teorias de Milankovitch a cada ciclo de 90.000 e 100.000 anos a órbita da Terra muda, ficando mais elíptica, fazendo que a diferença de energia solar recebida no afélio e no periélio seja maior. 


Movimento de Precessão – Milankovitch também propôs que a cada ciclo de 22.000 anos  ocorre uma mudança no sentido de orientação do eixo terrestre, invertendo as estações do ano no hemisférios, sendo assim em torno de 11.000 anos o verão começará em dezembro para o Hemisfério Norte.

As interações entre estes três fatores são complicadas e compostas de inúmeras variáveis, mas certamente podem afetar o clima na Terra. Mas me permitindo acrescentar mais algumas teorias as de Milankovitch , gostaria de salientar que o maior responsável pelo aquecimento ou resfriamento da Terra, é o Sol. Afinal ele é a fonte do calor que aquece o nosso planeta, e sem o Sol não existiria vida na Terra.

Imagem em Raios-X obtida através do filtro de titanium-polyimide (Ti_poly) do telescópio de raios-X Hinode (XRT)


Há centenas de anos os cientistas vêm registrando o número observável de manchas solares como maneira de acompanhar os ciclos de atividade solar. Os ciclos solares tem em média 11 anos, e atualmente estamos no Ciclo 24, após registrar a sua menor atividade em décadas e sua menor luminosidade em muitos anos, o Sol voltou a atividade normal e o período de maior atividade solar do ciclo compreenderá os anos de 2011 à 2013 e poderá trazer diversas mudanças climáticas como no passado. 

Atividade solar de 18/11/2010 à 20/01/2011

Um exemplo é o período conhecido como Mínimo de Maunder  que compreendeu os anos de 1645 a 1715 em que raramente foram observadas manchas solares e que coincidiu com a Pequena Idade do Gelo. Muitos acreditam que devido a demora do inicio do Ciclo 24 o próximo ciclo do sol será menos intenso. 

O fato é que nunca na história da humanidade se estudou tanto o Sol. Missões como da SOHO (Solar & Heliospheric Observatory) e das sondas gêmeas STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory)  e Solar B, fazem um estudo aprofundado e diário. Um destaque é a sonda SOHO, que através de sua página na internet disponibilizam dados atualizados diariamente em relação ao Sol.




Ciclo 23

De fato os cientistas estão cada vez mais convencidos da importância da relação da atividade solar com o clima da Terra, pois não implica apenas na luz visível, mas nas variações de Radiação Ultravioleta e Raio-X.  Através destes dados acima analisados acredito que estejamos indo em direção a um resfriamento do planeta principalmente no Hemisfério Norte, um exemplo foram as fortes nevascas que assolaram os EUA e a Europa no ultimo mês de Dezembro, o que não me parece um “aquecimento global”. A pergunta que  faço é:

- Qual o objetivo do alarmismo do “Aquecimento Global” ?

De sua opinião sobre este assunto !!! 


Fernando Franco
Graduando de Geografia 


links interessantes





terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Deslizamento: Maior tragédia do Brasil foi na Serra das Araras

Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia da história do país, superando o número de mortos da atual tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, hoje acima de 500.
No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.
A Revista Brasileira de Geografia Física publicou, em julho do ano passado, a lista das maiores catástrofes por deslizamento de terras ocorridos no país. O episódio da Serra das Araras, com seus 1700 mortos estimados, supera de longe qualquer outro acidente do gênero no país.
Para se ter uma idéia do que ocorreu na Serra das Araras basta comparar os índices pluviométricos. A atual tragédia de Teresópolis ocorreu após um volume de chuvas de 140mm em 24 horas. Na Serra das Araras, em 1967, o volume de chuvas chegou a 275 mm em apenas três horas. Quase o dobro de água em um oitavo do tempo.
Mas o episódio da Serra das Araras parece ter sido apagado da memória do país e, especialmente, da imprensa. O noticiário dos veículos de comunicação enfatiza que a tragédia da Região Serrana do Rio superou o desastre de Caraguatatuba em março de 1967 (ver abaixo). O caso da Serra das Araras, ocorrido em janeiro daquele mesmo ano, sequer é citado.
Até a ONU embarcou na história e colocou a tragédia atual entre os dez maiores deslizamentos de terras do mundo nos últimos 111 anos.

Caraguatatuba

O ano de 1967 foi realmente atípico. Em março, dois meses após a tragédia da Serra das Araras, outro desastre atingiu Caraguatatuba, no litoral paulista. Chovia quase todos os dias desde o início do ano (541mm só em janeiro, o dobro do normal). Do dia 17 para 18 de março, um temporal produziu quase 200 mm de chuvas em um solo já encharcado. No início da tarde de 18 de março, sábado, a tragédia aconteceu sob intenso temporal que chegou a acumular 580mm de chuvas em dois dias (Teresópolis teve 366mm em 12 dias).
Segundos os relatos da época, houve uma avalanche de lama, pedras, milhares de árvores inteiras e troncos que desceu das encostas da Serra do Mar, destruindo casas, ruas, estradas e até uma ponte. Cerca de 400 casas sumiram debaixo da lama. Mais de 3 mil pessoas ficaram desabrigadas (20% da população da época). O número de mortos - cerca de 400 - foi feito por estimativa, pois a maioria dos corpos foi soterrada ou arrastada para o mar.
Detalhe: Caraguatatuba, em 1967, era um balneário turístico de 15 mil habitantes. Dá para imaginar quais seriam as consequências se aquela tragédia ocorresse hoje, com os atuais 100 mil habitantes.

‘Vimos mortos nas árvores, braços na lama'

Bárbara Osório-MacLaren nasceu na Alemanha em janeiro de 1939. Tendo sobrevivido à II Guerra Mundial, veio para o Brasil com a família em 1950, quando tinha 11 anos, atendendo a um chamado do avô materno, que já vivia no país.
Foi morar em São Paulo, na Tijuca Paulista, fez Admissão no Externato Pedro Dolle e, quando jovem, estudou no Ginásio Salete. Frequentava o Clube Floresta: "Nos encontrávamos (com os amigos) para nadar ou praticar outro esporte", relembra.
Em 1961, mudou-se para a Inglaterra. Seis anos depois, aos 28 anos de idade, voltou ao Brasil para rever os amigos.
Já no Rio de Janeiro, em 22 de janeiro de 1967, às 23 horas, tomou um ônibus da Viação Cometa com destino a São Paulo. Um temporal desabou na Via Dutra, que acabara de ser duplicada. Nunca, naquela região, se havia visto ou iria se ver uma chuva tão forte quanto aquela que presenciava a jovem alemã e que ela relata a seguir:
- Dentro de 40 minutos, na Via Dutra, houve um temporal. O nosso ônibus já estava na subida, mas a estrada se abriu a nossa frente. Lá ficamos até a manhã do dia seguinte. Pela rádio ouvimos os gritos de pessoas em outros carros, estavam sufocando na lama.
Bárbara dá detalhes: "Pela manhã, descemos o morro a pé, vimos mortos nas arvores, braços na lama, as reportagens nos jornais falavam de mais de 400 mortos. Eu desmaiei no transporte de caminhão desta cena ao Centro do Rio. Quando acordei do coma ou desmaio, estava em Lisboa, Portugal. Em outras palavras, em vez de me levarem a um hospital no Rio, me despacharam para a Europa".
A experiência da jovem alemã, hoje com 72 anos, foi contada há dois anos em um depoimento ao site "São Paulo Minha Cidade" e dá a dimensão do que ocorreu na Serra das Araras em 1967.
Mas seu depoimento, 42 anos após a tragédia, é uma raridade. Há poucas histórias registradas sobre os acontecimentos da época, por duas razões: carência de boa cobertura jornalística, em virtude dos parcos recursos tecnológicos da imprensa no período, e o fato de que o episódio foi tão trágico que poucos sobreviveram para testemunhá-lo.
Outra das poucas histórias que sobreviveram também envolve um cidadão estrangeiro. É a história do motorista do ônibus prefixo 529 da Viação Cometa, que salvou a vida de quase todos os passageiros. O motorista, quando vislumbrou a tragédia que poderia se suceder, pediu que todos deixassem o ônibus, mas um estrangeiro recusou-se à deixar o veículo. Poucos minutos depois, uma rocha rolou e caiu sobre o ônibus, matando o estrangeiro.

Advogado lembra trabalho de presos

O advogado Affonso José Soares, de Volta Redonda, que morava em Piraí na época da tragédia, lembrou que, na madrugada da tragédia na Serra das Araras, trabalhava em um habeas corpus para a libertação de sete presos. Eles haviam sido detidos, em flagrante, cerca de dois meses antes, praticando um jogo ilegal de aposta conhecido como "Jogo da Biquinha". Durante a madrugada, percebeu o barulho do estrondo, mas continuou o trabalho com o auxílio de um lampião, já que a cidade ficou às escuras por causa dos deslizamentos na serra.
- Estava trabalhando no meu escritório e escutei o estrondo por volta de uma ou duas horas da manhã. Estava trabalhando intensamente em um habeas corpus para sete presos que estavam na cadeia de Piraí e, quando as luzes se apagaram, tive que usar um lampião durante a madrugada toda - lembrou.
Na manhã seguinte, segundo ele, o município foi "invadido" por passageiros do Rio de Janeiro e de São Paulo, que ficaram impossibilitados de passar pela serra devido aos desmoronamentos e crateras.
- Foi uma ocorrência de acidente muito grave. Os ônibus de São Paulo e carros do Rio entravam em Piraí e não tinham como seguir viagem. O comércio foi praticamente invadido por passageiros. A tromba d'água tinha destruído praticamente todo o acesso. Na Serra das Araras, havia crateras enormes. Demoraram quatro ou cinco meses para restabelecer a situação - lembrou.
Antes do meio dia, no dia da tragédia, o advogado lembra que foi procurado pelo delegado que pediu sua ajuda para convencer os presidiários a colaborarem no resgate das vítimas.
- O contingente da delegacia era de cinco pessoas, entre policiais militares e civis e havia necessidade imediata de pessoas para realizar o trabalho de prestar socorro às vítimas presas nas crateras. O delegado acrescentou que os presos depositavam confiança em mim e me respeitavam e que eu poderia convencê-los a ajudar - continuou.
Ao dirigir-se àquele que seria o "líder" dos presos, Affonso recordou que frisou a oportunidade de os presos mostrarem humanidade e solidariedade.
- Falei que eles estavam tendo uma oportunidade de prestar um serviço público e demonstrar espírito solidário. Mesmo assim, lembrei que se esboçassem qualquer reação de rebeldia poderiam ter sérios problemas, porque eu tinha material suficiente para incriminá-los. Eles aceitaram e pediram para dizer que estavam nas mãos do delegado - acrescentou o advogado.
Os sete presos fizeram o trabalham mais pesado do salvamento: foram amarrados por cordas e descidos até o local em que estavam às vítimas. Além de auxiliar no salvamento e nos primeiros socorros aos sobreviventes, apanhavam corpos e os traziam abraçados.
"Eles eram fortes e fizeram um trabalho que ninguém queria fazer. Trabalharam por 48 horas e voltaram à delegacia para ajudar na parte burocrática", frisou Affonso.
Dias depois, por intermédio de um escrivão piraiense que vinha de São Paulo, Affonso descobriu que o trabalho executado pelos presos havia ido parar na primeira página do Jornal da Tarde com o título "Os sete homens bons". Sem pestanejar, anexou a reportagem ao processo que estava organizando.
- Apanhei a primeira página do Jornal da Tarde e juntei ao habeas corpus e tenho certeza que isso contribuiu para obter a liberação deles. Eles demonstraram seu lado humano, o de quem não é só criminoso, bandido - explicou.

Fontes: 

Parece que ainda não aprendemos com a história, vale lembrar que Floripa tem inúmeras áreas de risco.